terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir



Esta noite tive um sonho com você. Sonhei que você telefonava para mim. Estranho, né? Por que você ligaria para mim? Assim, sem motivo? Pois é... mas os sonhos tem isso de bom: não possuem compromisso com a realidade. Conversamos durante um bom tempo. Falei da ioga, do trabalho e do meu nervosismo dos últimos dias. Você falou do acampamento, do trabalho e da saudade dos últimos dias. Foi um sonho doido. Sei que você começou contando da dificuldade que foi redescobrir o número do meu telefone. Uma verdadeira saga! Coisa de filme, de novela, de sonho mesmo... Sei que você disse algo sobre sentimentos que não são pesados, mas são intensos.

Mas é claro que foi sonho. Se fosse verdade, eu teria dito muito mais. Teria falado das coisas que lembro. Talvez se eu falasse que lembro já seria suficiente. Mas é que eu me lembro de muita coisa, sabe? Lembro que você balançava muito a perna enquanto falava. (Será que você ficaria balançando a perna enquanto falasse comigo ao telefone?) Lembro de café, cigarros e gripe que aparecia por causa de limão. Lembro de datas. Lembro de corações batendo ou se batendo, não sei... Lembro de frases, de risos... Havia muito risos entrecortando nossa conversa ao telefone. Alguns silêncios também.

Pensei em te ligar e te contar do sonho que tive, mas fiquei com medo de você não ter tempo para ouvir. Lembro que você não tinha tempo. Não tinha tempo para minha intensidade e, talvez, nem para a sua. Não liguei, não ligamos.

Autor desconhecido

4 comentários:

Anônimo disse...

Parágrafo Primeiro:

Essa noite não dormirá. Algumas palavras provocaram fluxos infinitos e dilatados de flores por aqui. São amarelas... A sensação é conhecida. É sempre bem vinda. Não há nada para provocar mais poética perfeita que um par de palavras poli-inspiradas. O prefixo preferido de poeta será sempre POLI. P.S: SemPre.

Anônimo disse...

Parágrafo Segundo:

Serafins alados sincronizam sons aromáticos com cardio-acordes. A melodia extraída está servindo de substrato da vida. De monocromática, a atmosfera se conjuga em furta-cor-de-cór. Afinal, é a etimologia da expressão que convém. Sorrisos! Sorrisos... Sorrisos... estão abrigando aromas labiais e invadindo a epiderme. Poro a poro, sempre puros. Sempre muitos. É difícil converter a linguagem visual na esfera verbal. E o motivo é conhecido: existe um compromisso que possui um grau de pureza mais elevado que a realidade; pobre da realidade que se rende a limitação das palavras! Há canais cardíacos próprios de comunicação. Somente duas frequências cardíacas ocorrendo próximas uma da outra, em um abraço, podem revelar o grau máximo da pureza supra mencionada. Para sintonizar essas frequências, recomenda-se que o tempo seja sempre lembrado. Seja em forma de datas, risos, frases, silêncios, cafés, intensidades, com sabor de limão. Embora o caramelo seja mais amorífico. Sabe-se, no entanto, que a lembrança ou narrativa de algo, é, antes de mais nada, uma recriação haja visto ser o cérebro responsável tanto pela criação como também a memória. A memória é um processo mais dinâmico que envolve codificação, armazenagem e recuperação de dados. A criação depende destas três etapas para ocorrer. Portanto, rememorar tempos é recriá-los, de forma que a intensidade de ambos impere e faça a chamada telefônica.

Anônimo disse...

Parágrafo Terceiro:

Talvez seja melhor que a noite durma. Ou que continue dormindo. De qualquer forma, ela se entregará a dimensão onírica. Caso já esteja dormindo, recomenda-se não acordá-la. Não se perde um sonho desses. E se ainda estiver acordada, é preciso ir em busca desse sonho... Porque é preciso alcançá-lo.

Sérgio disse...

Nossa! Quanta mensagem bonita!