sábado, 30 de julho de 2011

ALITERAÇÃO

Também sei fazer aliteração com o /s/:

"Saudade é só o que o meu coração consegue sentir, por isso sempre os susurros da solidão me assobram."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Ritmo da Chuva
Los Hermanos

Olho para a chuva que não quer cessar
Nela vejo o meu amor
Esta chuva ingrata que não vai parar
Pra aliviar a minha dor

Eu sei que o meu amor pra muito longe foi
Numa chuva que caiu
Oh, gente! Por favor pra ela vá contar
Que o meu coração se partiu

Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim...
O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar.

Oh, chuva traga o meu benzinho!
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim

O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar.

Oh, chuva traga o meu amor!
Chove, chuva traga o meu amor
Oh, chuva traga o meu amor!
Chove, chuva traga o meu amor...

terça-feira, 5 de julho de 2011

PAZ E AMOR


No meu dia-a-dia cheio de burocracias que a vida em sociedade me impoe, sempre sobra um tempinho para curtir um pouco a sementinha hippie que eu trago aqui dentro. Adoro roupas estampadas e coloridas, fitas e flores no cabelo, natureza, artesanato e o máximo de naturalidade possível: menos cremes, menos maquiagem e menos hipocrisia.

Não posso dizer que tenho coragem de abandonar o conforto da minha casa para sair por aí, cantando e tocando violão (até porque eu não sei fazer nenhum dos dois), mas, com certeza, é preciso sempre criticar os excessos de consumismo e a violência gratuita com a qual convivemos. Mesmo gostando de tomar banho quente e usar shampoo, PAZ e AMOR deveriam continuar sendo as palavras de ordem - independente da religião que decidimos seguir. Afinal, não é isso que todos nós queremos? Seja usando terno e gravata na ONU, ou indo para Africa ajudar as pessoas, ou lutando pelas causas ambientais, o intuito é o mesmo: conseguir um mundo mais fraterno para todos.

Outro dia, ao ser criticada por causa das minhas blusas floridas e minhas fitas no cabelo, me disseram que eu era meio hippie e que qualquer dia desses eu ia começar a acampar em um parque. Fiquei irritada com o comentário intrometido e preconceituoso da pessoa em questão, mas isso me fez pensar em tudo que refleti até aqui e mais: depois de divagar sobre os ideais de um mundo melhor comecei a pensar especificamente no ideal PAZ e AMOR.

Se considerarmos que AMOR é o amor ao próximo, tudo bem. Se temos afeto pelas pessoas o convívio fica muito mais fácil em todos os ambientes. Mas se AMOR for amor sinônimo de paixão, eu tenho um problema. Não consigo juntar paz e amor, nesse caso. A paz eu encontro nos momentos de solteirice. E quando estou vivendo um amor, não tenho paz. Dá para entender? Nem sei se isso tem alguma relação com o assunto dos hippies, mas sabe como é, né? Quem é meio hippie liga um pensamento no outro e acaba viajando na maionese.... ;)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

CLARICE E A TERCEIRA PERNA

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A ideia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?

(A paixão segundo G.H., Clarice Lispector)