domingo, 27 de dezembro de 2009

AFASTEM-SE

Vulcão interno em fase de erupção: dói quando eu respiro...

sábado, 5 de dezembro de 2009

CHEGA DE PROMESSAS

"Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos."

Fernanda Mello

domingo, 29 de novembro de 2009

AO MEU PEIXINHO ORNAMENTAL....


Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa.me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. um amor raio trovão fazendo barulho. me bagunça. e chove em mim todos os dias. Caio Fernado Abreu

domingo, 15 de novembro de 2009

I Want To Know What Love Is



Mariah Carey
Composição: Mick Jones

I gotta take a little time
A little time to think things over
I better read between the lines
In case I need it when I'm colder

In my life
There's been heartache and pain
I don't know
If I can face it again
Can't stop now
I've traveled so far
To change this lonely life

I wanna know what love is
I want you to show me
I wanna feel what love is
I know you can show me

Gonna take a little time
A little time to look around me
I've got nowhere left to hide
It looks like love's finally found me

In my life
There's been heartache and pain
I don't know
If I can face it again
Can't stop now
I've traveled so far
To change this lonely life

I wanna know what love is (Ooooh-oh)
I want you to show me (Meeeeee-ee)
I wanna feel what love is (Feel what love is)
And I know you can show me (Show me, I wanna know)

I wanna know what love is (I wanna know)
I want you to show me (And I feel you so much love)
I wanna feel what love is
And I know you can show me

Oh, let's talk about love

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

04 de novembro

Quatro de Novembro - Dia do Provocador

Os nascidos em 4 de novembro têm o dom de despertar controvérsia. Suas palavras e seus atos são extremamente estimulantes e em sua família e círculo social tendem a ser membros dominantes e valorizados. Embora muitos tenham uma aparência conservadora, quase opaca até, seu charme e riqueza de personalidade tornam-se aparentes em conversas. No primeiro encontro, em geral, causam uma impressão viva, porém sincera, e podem não mostrar de imediato o quanto podem ser provocantes. De fato, quanto mais os conhecemos, mais percebemos que não apenas têm o dom de criar confusão, mas também de penetrar na armadura mais grossa em seus contatos pessoais. Mestres em derrubar defesas, em geral sabem exatamente a localização dos pontos fracos ou vulneráveis. Na verdade, uma vez que comecem, pode ser muito difícil para qualquer um, incluindo eles próprios, detê-los. É importante que reconheçam seus limites, controlem suas energias, tornem-se mais realistas em seus objetivos e, acima de tudo, sejam construtivos em seus pontos de vista. Os nascidos em 4 de novembro possuem um fino senso de humor que pode, em certos momentos, ser seco e coibitivo, em outros, contagiante - até mesmo hilário. É um atributo humano e positivo, que lhes permite rapidamente construir pontes entre raças, classes e religiões. Com uma piada e algumas gargalhadas, podem deixar as pessoas à vontade e quebrar o gelo em uma situação constrangedora. Por outro lado, a depressão é totalmente estranha aos nascidos neste dia e, portanto, têm dificuldade para entender a negatividade dos outros. O problema é que, às vezes, deixam de reconhecer o quanto sua própria situação se tornou grave e podem permanecer indevidamente otimistas quando as perspectivas são, de fato, áridas. Os nascidos em 4 de novembro são bastante magnéticos, dotados de talento para a persuasão e também hábeis em ignorar ou proteger-se das críticas dirigidas a eles. Acreditam que, mais cedo ou mais tarde, convencerão os outros de seus pontos de vista. No entanto, podem avaliar mal a receptividade de sua audiência, sobretudo porque seus pontos de vista podem ser bastante extremos e sua forma de apresentação provocadora, o que causa contrariedade. Portanto, ao criarem uma situação caótica, podem solapar sua própria influência. Os nascidos em 4 de novembro adoram ser obsequiados mas, em geral, retribuem o favor ao darem, pelo menos, tanto quanto recebem. De fato, podem ser generosos demais e os outros podem tirar proveito ou esperar demais deles. Para alguns, as expectativas dos outros podem se tornar um fardo intoleravelmente pesado após um certo tempo, até mesmo para a energia aparentemente ilimitada que possuem. Em especial as mulheres nascidas neste dia devem tomar cuidado para não se envolverem com homens errados. Os homens nascidos neste dia tendem a se tornar emocionalmente indispensáveis, talvez indispensáveis demais para os mais próximos e, portanto, devem tomar cuidado para não criarem relações de dependência.

Fonte:http://pandorama.com.br/comunidade/open-thread/open-de-domingo

sábado, 24 de outubro de 2009

I N T E N S A


"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou."

Maria de Queiroz

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AUGUSTE RODIN






AUGUSTE RODIN: “O espírito esboça, mas é o coração que modela.”

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Perdoe-me. Tenho pensamentos intermitentes.



Escorpião. Não estou falando do bicho (Deus me livre). Estou falando do signo (Deus me livre também). Signo difícil. Carrego em mim esse peso. Início de novembro: signo, escorpião. Eu, Escorpião.

Eu, que não acredito em horóscopo, mas como boa curiosa, adoro ler as definições dos signos, estive lendo muitas definições nos últimos dias. Cheguei a encontrar em um site a seguinte frase: "Se você necessita de sutilezas ao invés de excessos emocionais, fuja dele." A palavra E X C E S S O. Ah, ela sempre aparece nas definições de escorpião. Li também "O escorpião possui um temperamento explosivo, capaz de provocar uma ferida para toda a vida". Nossa! Uma ferida para toda a vida! Deve ser ruim ter uma ferida para a toda a vida...

Muitas outras definições também podem ser lidas por aí: incapaz de viver muito tempo na calma, tudo ou nada, ar impenetrável, face de jogador de pôquer, não esquece quem lhe ajuda, nem quem lhe prejudica, vive sempre no excesso de trabalho ou de qualquer coisa. Excesso de qualquer coisa. Está vendo? Os escorpianos são excessivos, extremos, profundos...

"Humor paradoxal, pensamento engenhoso, de fluxo intermitente". Fluxo intermitente? Fui ao dicionário. "Intermitente: em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalados, descontínuo." É por isso, eu concluo. É por isso que eu me sinto assim, perdida dentro de mim mesma. O que será de uma pessoa que não consegue nem sequer manter os próprios pensamentos em um processo contínuo????

Segundo os astrólogos, o lema dos escorpianos é: Eu controlo. Quem é desse signo coloca paixão em tudo que faz, mas também é profundamente racional. Paixão x Razão. Sou uma pergunta, como dizia Clarice Lispector.

Algumas coisas coincidem comigo, outras não (ainda não encontrei as que não coincidem comigo, mas devem existir por aí!). Às vezes fico pensando: será que é por causa do signo? Será que a culpa de eu ser do jeito que sou é do Signo????

Talvez seja melhor pensar isso. Isso me tira a obrigação da mudança. Afinal, não se pode mudar de signo, logo, não se pode mudar as características que tenho por culpa dele. Mas... E se a culpa não for do signo? --------------------------????????

O que fazer?

Como justificar minha profundidade? Meus ciúmes? Minha ganância pelo inteiro de tudo. Meus excessos, minhas complicações, minha frieza e minha paixão? Você precisa mudar, minha mãe diz. Eu preciso mudar, eu sinto que preciso. Mas não consigo. Meu espírito paradoxo que tem a mesma facilidade para amar e odiar é mais forte que minha infinita vontade de mudar. Por isso, eu sinto um imenso conforto quando alguém, compreensivamente me pergunta: De que signo você é? Eu, sem titubear, respondo: escorpião. A pessoa, para minha felicidade, responde: Ah, então é isso...

É. É isso. Não percebem? A culpa de eu ter os defeitos que eu tenho, não é minha. A culpa é da posição que os astros estavam no momento de meu nascimento. Eu não tive escolha. A culpa é do meu signo.

Por isso, não me julguem mal. Não me culpe por minha passionalidade. É um problema de nascença que trago comigo. É meu signo. Quando eu fizer algo que te assuste, compreenda. Lembre-se: eu tenho o pensamento intermitente.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

METADE

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

ESTOU NO MEU MOMENTO VENTANIA

Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.

Clarice Lispector

domingo, 15 de fevereiro de 2009

LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

sábado, 31 de janeiro de 2009

INVENTE-SE

Quem sou e quem quero ser?
Simples perguntas e quase nunca feitas.
Quem sou?
Sou o que faço a cada novo segundo ou vivo daquilo que fui? Sou o que escolho ou o que os outros escolhem para mim? Sou um sonhador ou sou um realizador? Sou parte de um todo ou um todo de alguma parte? Sou o que as pessoas pensam ou sou quem não se importa muito com o que as pessoas pensam? Sou o que querem que eu seja ou o que quero ser? Sou a imitação de alguém ou me baseio em algo ou alguém para criar quem sou? Sou o que meu signo sugere? Sou o que a numerologia diz? Sou a fofoca de alguém? Sou algo ou sou alguém? Sou mutante ou relutante? Sou o que tenho ou o que sou? Sou ou estou? Sou macho para ser homem ou homem por ser apenas humano? Sou uma mulher ou mulher de alguém? Sou vítima e coitadinho ou supero os desafios? Sou um caçador de justificativas ou aprendo com as falhas? Sou um “espalha boatos” ou ouvinte dos fatos?
Talvez sejamos tudo isso, ao mesmo tempo. Mas em algum momento, quando esta vida se for, você não será mais nada do que pensa ser. Você não será torcedor nem jogador de nada, assim como não será vencedor nem perdedor. Aliás, terá brigado muito por falsas vitórias. Seu corpo será pó e o vento que o levar trará apenas uma pergunta: Fui o melhor que pude ser?
Quem quero ser?
Quero ser mais educado ou continuar rude? Quero ser famoso para ser honrado? Quero ser reconhecido para não me sentir tão pequeno? Quero ser bravo para ser forte? Quero me tornar rei, mesmo que de um lamaçal? Quero ser alguém porque me sinto ninguém? Quero ser algo ou ser alguém? O que é ser alguém? Quero ser seguro ou continuar ciumento?Quero ser melhor que os outros ou melhor do que sou? Quero ser sincero ou continuar mentindo só para agradar? Quero ser rico para ser feliz ou rico e feliz? Posso me inventar? Posso criar em mim o que penso que seja o melhor que posso ser?
Podemos ser o que quisermos. Mesmo negando, esta é uma verdade incidente e geral.
Nossa criação, nossa sociedade e as pessoas podem nos ter inventado até agora. Mas é hora de nós mesmos sermos nossos próprios inventores. Mude as peças. Entorte os parafusos ou perca alguns, mas invente-se. Seja-se. Crie-se. Lave-se. Mude-se. Mova-se. Erga-se. Renove-se. Perca-se em si mas encontre-se. Não seja fruto, produza.
Sua religião, sua crença, sua fé, suas vontades, seus olhares, suas palavras, sua língua, seu time, sua vocação e suas escolhas possuem algum sentido ou são meras aceitações? Aceitou ser algo ou escolheu ser quem é?
Hora de inventar-se, reinventar-se e perguntar-se: Quem sou e quem quero ser?
Pode ser que sua vida esteja sem sentido e você só perceba isso quando sentir que não a possui mais.
Repare que antes de você ter a certeza de ser o dono das melhores escolhas e crenças que pôde ter até agora, alguém as pode ter lhe mostrado ou dito. São mesmo suas? São mesmo as melhores? Sua religião é a melhor e a mais verdadeira do mundo inteiro? Seu time é o melhor? Você é o exemplo máximo a ser seguido? Quem disse? Quem prova? Suas palavras são as mais verdadeiras do mundo? Você ensina seu filho a pensar ou a pensar como você?
Busque um sentido para cada escolha que fizer. Tenha um “pra quê” para cada verdade que escolher acreditar. Pergunte-se: “Para que serve acreditar nisto?” ou "Acreditar nisto me faz mais feliz ou torna minha vida mais positiva?".
Sua verdade não precisa ser a verdade dos outros e ninguém é obrigado a aceitá-la. Mas não precisa aceitar a verdade dos outros como se fosse sua sem antes questionar-se, porque isto é uma forma de negar o maior e menos usado dos dons da vida: O dom de inventar-se!

Victor Chaves

domingo, 25 de janeiro de 2009

MÁS DE CIEN MENTIRAS

Joaquín Sabina

Tenemos memoria, tenemos amigos,
tenemos los trenes, la risa, los bares,
tenemos la duda y la fe, sumo y sigo,
tenemos moteles, garitos, alteres.

Tenemos urgencias, amores que matan,
tenemos silencio, tabaco, razones,
tenemos Venecia, tenemos Manhattan,
tenemos cenizas de revoluciones.

Tenemos zapatos, orgullo, presente,
tenemos costumbres, pudores, jadeos,
tenemos la boca, tenemos los dientes,
saliva, cinismo, locura, deseo.

Tenemos el sexo y el rock y la droga,
los pies en el barrio, y el grito en el cielo,
tenemos Quintero, León y Quiroga,
y un bisnes pendiente con Pedro Botero.

Más de cien palabras, más de cien motivos
para no cortarse de un tajo las venas,
más de cien pupilas donde vernos vivos,
más de cien mentiras que valen la pena.

Tenemos un as escondido en la manga,
tenemos nostalgia, piedad, insolencia,
monjas de Fellini, curas de Berlanga,
veneno, resaca, perfume, violencia.

Tenemos un techo con libros y besos,
tenemos el morbo, los celos, la sangre,
tenemos la niebla metida en los huesos,
tenemos el lujo de no tener hambre.

Tenemos talones de Aquiles sin fondos,
ropa de domingo, ninguna bandera,
nubes de verano, guerras de Macondo,
setas en noviembre, fiebre de primavera.

Glorietas, revistas, zaguanes, pistolas,
que importa, lo siento, hastasiempre, te quiero,
hinchas del atleti, gángsters de Coppola,
verónica y cuarto de Curro Romero.

Más de cien palabras, más de cien motivos
para no cortarse de un tajo las venas,
más de cien pupilas donde vernos vivos,
más de cien mentiras que valen la pena.

Tenemos el mal de la melancolía,
la sed y la rabia, el ruido y las nueces,
tenemos el agua y, dos veces al día,
el santo milagro del pan y los peces.

Tenemos lolitas, tenemos donjuanes;
Lennon y McCartney, Gardel y LePera;
tenemos horóscopos, Biblias, Coranes,
ramblas en la luna, vírgenes de cera.

Tenemos naufragios soñados en playas
de islotes son nombre ni ley ni rutina,
tenemos heridas, tenemos medallas,
laureles de gloria, coronas de espinas.

Más de cien palabras, más de cien motivos
para no cortarse de un tajo las venas,
más de cien pupilas donde vernos vivos,
más de cien mentiras que valen la pena.

Tenemos caprichos, muñecas hinchables,
ángeles caídos, barquitos de vela,
pobre exquisitos, ricos miserables,
ratoncitos Pérez, dolores de muelas.

Tenemos proyectos que se marchitaron,
crímenes perfectos que no cometimos,
retratos de novias que nos olvidaron,
y un alma en oferta que nunca vendimos.

Tenemos poetas, colgados, canallas,
Quijotes y Sanchos, Babel y Sodoma,
abuelos que siempre ganaban batallas,
caminos que nunca llevaban a Roma.

Más de cien palabras, más de cien motivos
para no cortarse de un tajo las venas,
más de cien pupilas donde vernos vivos,
más de cien mentiras que valen la pena.