quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

PARA QUEM BEBE AMOR


Era daquele tipo de amor café, que vicia aos poucos.
No começo você acha que só vai tomar um pouquinho, mas depois, não consegue viver sem.
Ela era doida por ele - doida mesmo, de amarrar os pulsos pra não atacar alguém do sexo feminino que se aproximasse.
Ele era doido por ela - doido de fazer seus gostos, de manter sua calma quando a abraçava..
E eles eram um par.
Foi quando ela cismou em querer ganhar o mundo. Pegar uma mochila, e sair por aí, sem rumo.
Ele bateu o pé, mas não adiantou. Ela precisava viver isso pra saber quem era, de fato.
Foram meses, anos. Conheceu lugares, pessoas, culturas. Viveu situações que nunca imaginara viver.
Aprendeu a se equilibrar sozinha, a meditar, a entender coisas que antes não entendia.
Ele se dedicou a si mesmo, estudou, se estruturou.
Quando ela voltou, nada era como antes. Pensou se deveria ou não agir, temeu que ele a tivesse esquecido, que houvesse outra em seu lugar.
Mas ninguém é substituível. Ninguém é igual, e um grande amor sempre será um grande amor.
Quando se viram, as peles se tocaram sem querer.
Entrega e iniciativa.
A música começou a tocar e a noite se fez com mais brilho.
A partir de então, tudo teve mais suavidade e beleza.
O amor que era café, passou a ser chá de camomila, tranquilo e cheio de cura.

Érika Marin