sábado, 27 de setembro de 2008

OS DRAGÕES NÃO CONHECEM O PARAÍSO

Certo dia uma amiga me disse o seguinte: “Não fique evitando o ferrão; afaste-se das abelhas”. Tempo depois, uma frase de Mário da Silva Brito veio se juntar a essa: “De vez em quando a gente precisa sacudir a árvore das amizades para caírem os frutos podres”.
Passamos por muitos problemas pela vida. Muitas decepções. Há uma outra frase que diz “não precisaríamos trocar sempre de amigos se compreendêssemos que nossos velhos amigos mudam.” Eu concordo. Há amigos que lavaremos para o resto da vida, pessoas queridas que aquecem nosso coração. Eu tenho a sorte de ter, pelo menos, cinco desses amigos especiais. Porém, a idéia de frutos podres na árvore da amizade ou de pessoas que te ferroam também é verdadeira.
Existem pessoas que não suportam a si mesmas. Que vê as relações como uma forma de obter vantagem. Que, por medo de enfrentar suas dificuldades e falta de esforço para superar os obstáculos sozinhos, preferem viver à sombra de outras pessoas e se irritam com aqueles que conseguem caminhar por si só. Dificuldades todos nós temos. O problema não é ter dificuldades, o problema é não assumir isso e, ao invés de encará-las, descontarmos nos outros nossas frustrações, apontando o dedo e encontrando defeitos em pessoas que não tem e não querem ter nada a ver conosco.
Pobre das pessoas que não conseguem conquistar a amizade de alguém com seu carisma, com sua bondade. Pobre das pessoas que não tem amigos e, sim, colaboradores. Colaboradores que são conquistados através da falsidade, da fofoca, da desunião, ou, como diria minha avó, “da picuinha feita por lavadeiras em beira de rio. Tudo isso piora quando a vítima dessa fofoca nunca fez mal a esse desocupado, ou pior ainda, quando a vítima via essa pessoa como uma de suas melhores amigas. Pobre das pessoas que não conseguem correr atrás de suas próprias conquistas, pobres das pessoas que faz mal aos próprios amigos. Pobres daqueles que deixam seu próprio ego cegar os seus olhos. Pobres daqueles que não conhecerem a felicidade de estar em paz consigo mesmo.
Pobres daqueles que plantam injustiça, pois colherão solidão.

2 comentários:

NILVETY LETRAS disse...

Poly,
Esse texto me emocionou bastante,as palavras nos fazem repensar em várias coisas da vida.Segue uma poesia para você que eu gosto muito.

CANÇÃO AMIGA
Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças

Carlos Drumond de Andrade
In: Novos Poemas

cirlene costa disse...

É incrível como são verdadeiras estas palavras. Existem bons amigos
e pessoas que acreditamos conhecer
bem, e que nos decepcionam, não por que são humanas e estão sujeitas aos mesmos erros que nós, mas, por que são incapazes de se doar e vivem à sombra e o pior sempre espreitando como se esperando o fracasso do outro.
Me alegro de ser sua amiga e sabe que pode contar comigo sempre.

bjus.